Entenda por que o Mundial de Clubes 2025 é considerado o mais difícil da história

Taça do Mundial de Clubes da FIFA centralizada e destacada sobre um fundo mostrando o escudo dos 32 times participantes
Ilustração:ooinc
A Copa do Mundo de Clubes, disputada nos Estados Unidos, coloca o futebol sul-americano diante de uma realidade inédita, e extremamente desafiadora. Com 32 clubes participantes e um modelo semelhante ao da Copa do Mundo de seleções, a competição se transforma na versão mais complexa e extenuante já organizada pela FIFA.

É um torneio que muda tudo. Para o Palmeiras, que garantiu vaga por desempenho na Libertadores de 2021, o desafio vai além da bola: será uma batalha contra o calendário, a logística e o abismo financeiro entre continentes.

Sete jogos até o topo

Pela primeira vez, um clube brasileiro precisará atravessar até sete partidas em menos de um mês para alcançar o título. O Mundial será disputado entre 15 de junho e 13 de julho, em meio ao verão norte-americano e ao calendário do futebol nacional, o que já exigiu do Verdão um revezamento de elenco extremo entre Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil na atual temporada. A chance de sacrificar uma temporada inteira para chegar o mais longe possível é real.

Sul-americanos em desvantagem econômica

No formato atual, a América do Sul é representada por seis clubes, sendo quatro campeões da Libertadores entre 2021 e 2024, mais dois via ranking da Conmebol, e que chama a atenção é o desequilíbrio econômico evidente. Enquanto alguns clubes europeus chegam com elencos avaliados em mais de um bilhão de euros, reforçados por investimentos robustos, os brasileiros, mesmo os que possuem uma saúde financeira exemplar, como Palmeiras e Flamengo, ainda enfrentam desafios para montar equipes de elite em competições de tiro longo.

Além disso, clubes como o Palmeiras se veem forçados a vender suas jovens promessas cedo demais. Propostas milionárias da Europa, impulsionadas pelo poder do euro, são consideradas "irrecusáveis". Isso faz com que os clubes entreguem de bandeja o futuro desses atletas e a chance de desfrutar de seus melhores anos em casa, enquanto os europeus colhem os frutos do investimento na base alheia. Um exemplo claro é o Palmeiras, que não terá Endrick, uma das maiores revelações do clube, uma vez que ele se juntou ao Real Madrid em junho de 2024.

Profundidade de elenco e maturidade tática

Isso reflete na mais evidente vantagem dos europeus em um Mundial de Clubes extenso como o de 2025, que reside na profundidade, qualidade dos elencos  e maturidade tática. Os clubes das grandes ligas da Europa não têm apenas onze titulares estrelados, mas sim um banco repleto de jogadores capazes de manter o ritmo e a excelência, algo crucial para sete partidas em sequência. Assim como, a maturidade tática de seus jogadores, acostumados a múltiplas variações e a se adaptar a diferentes estilos de jogo em campeonatos altamente competitivos. Isso faz a diferença quando o tempo para ajuste é mínimo e cada detalhe importa.


Preparação física e recuperação


O Palmeiras vai enfrentar em sequência clubes de vários continenetes, com estilos de jogo contrastantes e pouco tempo de adaptação entre as fases. Diferente dos formatos anteriores, em que os sul-americanos estreavam direto em semifinais, agora o caminho inclui fase de grupos, oitavas, quartas, semi e final, exigindo fôlego, profundidade de elenco e alto nível competitivo desde o início.

Um contraponto crucial

A grande virada do novo Mundial de Clubes de 2025 está no calendário invertido. Antes, os clubes sul-americanos chegavam exaustos no fim da temporada, enquanto os europeus vinham descansados ou no meio de seu ritmo ideal. Agora, a história é outra: os gigantes da Europa chegam aos EUA em fim de temporada, pensando na pré-temporada e seus novos reforços.

Isso pode aumentar as chances dos times da América do Sul surpreenderem na comepetição, visto que estão no auge de suas temporadas, com ritmo de jogo, entrosamento e condicionamento físico ideal, sem a "ferrugem" de um recesso.

Essa janela de oportunidade pode ser crucial para avançar nas fases iniciais, embora o desafio também seja gerenciar a difernça técnica, o desgaste acumulado em um torneio mais longo e exigente. Essas circunstâncias vão testar a profundidade do elencos e a capacidade de recuperação até o limite.

A maior missão da história de um clube sul-americano

Para o Palmeiras, a participação representa um marco. O clube, que viu de perto a realidade do Mundial nos anos de 2020 e 2021, agora entra com mais experiência, elenco reforçado e uma missão improvável, mas não impossível: ser campeão mundial sob o novo formato global.